Vazamento de óleo em litoral do Rio tem dano ambiental incalculável
O vazamento começou há 11 dias na Bacia de Campos. Autoridades vão sobrevoar só nesta sexta (18) a região para saber a dimensão do desastre
Há 11 dias, vaza petróleo na Bacia de Campos, no estado do Rio de Janeiro. Houve um acidente em um poço. Não se sabe ainda o tamanho desse vazamento e o tamanho do dano ambiental. As informações da empresa responsável pelo acidente, a Chevron, são conflitantes com as estimativas de ambientalistas que analisaram imagens de satélite. Nesta sexta-feira (18), equipes da Marinha, do Ibama e da Agência Nacional do Petróleo (ANP) vão sobrevoar a região.
De cima é possível ver o ponto onde a mancha começa, perto da sonda da Chevron, empresa americana que explora o Campo do Frade, na Bacia de Campos, uma das áreas de maior produção de petróleo do Brasil. O vazamento, a 120 quilômetros do litoral do Rio, foi detectado há 11 dias. O óleo está escapando por uma fissura de cerca de 300 metros de extensão, a 1,2 mil metros de profundidade e a 130 metros do poço de perfuração.
Segundo a companhia, a mancha tem oito quilômetros de comprimento por 300 metros de largura e não tem contornos regulares. Do alto, é possível ver toda a extensão, todos os oito quilômetros. Dá para ver que ela segue em direção a alto-mar. De acordo com os técnicos da empresa, se tudo continuar assim, não há chances alguma de o óleo chegar ao litoral.
Ainda de acordo com a Chevron, 15 navios trabalham na dispersão da mancha. O poço está sendo concretado, mas o vazamento não está sob controle. Para a empresa, a quantidade de óleo que ainda sai é muito pequena. A Polícia Federal investiga o vazamento e fez imagens na última terça-feira (15).
“Ao que tudo indica e até onde nós sabemos, durante a perfuração de um dos poços houve um avanço além do que estava planejado. Esse avanço na perfuração provocou uma rachadura no fundo do mar. Rachadura essa que hoje está dimensionada em cerca de 300 metros. Mas a empresa continua prospectando o solo com uma sonda alugada e parece que essa rachadura pode ser bem maior do que isso”, afirma o delegado da Polícia Federal, Fábio Scliar.
Nesta sexta-feira (18), a Marinha vai organizar um sobrevoo na área com técnicos da Agência Nacional do Petróleo (ANP), do Ibama, do Instituto Estadual do Ambiente e da própria Marinha. Depois será divulgada uma nota conjunta oficial com informações atualizadas sobre a extensão do vazamento e os trabalhos de contenção.
A empresa Chevron não informou quantos barris vazaram, mas a Agência Nacional do Petróleo calcula que sejam mil barris. Já a ONG americana Sky Truth, a primeira instituição que alertou sobre o vazamento de petróleo no Golfo do México no ano passado, diz que o número pode ser de 3,7 mil barris por dia, bem menor do que o vazamento que houve no golfo do México, de 53 mil barris.
Segundo o Ibama, a empresa será autuada assim que o vazamento for estancado, porque o valor da multa é proporcional ao dano ambiental causado. A Polícia Federal quer ouvir nos próximos dias a equipe responsável pela perfuração. A empresa pode ser indiciada.
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